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Brasil registra 10,4 mil casos e 266 mortes por covid-19 em 24h

Foram registrados também 10.466 novos casos da doença nas últimas 24 horas, levando o total desde o início da pandemia a 20.752.281 casos de...

Foram registrados também 10.466 novos casos da doença nas últimas 24 horas, levando o total desde o início da pandemia a 20.752.281 casos de covid-19.

O Brasil registrou nesta segunda-feira (30/8) 266 mortes por covid-19 nas últimas 24h, chegando a um total de 579.574 óbitos, de acordo com o boletim do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).


De acordo com o painel da Universidade Johns Hopkins, os Estados Unidos lideram em número de casos no mundo, com mais de 38,9 milhões infecções registradas. Na sequência, aparece a Índia, com 32,7 milhões. O Brasil está em terceiro.

Estados Unidos, Índia e Brasil têm números muito superiores ao restante do mundo.

Em relação às mortes, o Brasil permanece na segunda posição, atrás apenas dos Estados Unidos, que acumulam 638,4 mil óbitos.

O Brasil encontra-se num estágio bem singular desde que a pandemia começou.

Por um lado, a vacinação avança e a média móvel em sete dias de novos diagnósticos e mortes está em queda constante — o dado mais recente aponta média móvel de 24.041 casos e 675 óbitos.

O país só esteve nesse patamar entre novembro de 2020 e janeiro de 2021, antes que a segunda onda estourasse em várias regiões do país.

Por outro, a transmissão comunitária do vírus segue alta em várias regiões, enquanto as variantes de preocupação, especialmente a Delta, circulam livremente entre nós.

Mas o que todas essas observações podem significar para o futuro da pandemia no Brasil?

O copo meio cheio

Após um primeiro semestre com um ritmo muito aquém de nossas capacidades, a campanha brasileira de vacinação contra a covid-19 finalmente deslanchou em julho — e agosto foi um mês com intenso avanço nessa seara.

De acordo com o painel do Ministério da Saúde, mais de 189 milhões de brasileiros receberam a primeira dose.

Brasil é um dos países com maior quantidade de casos e mortes por covid-19


E 59,8 milhões de pessoas tomaram a segunda dose (ou a vacina da Janssen, que exige apenas uma aplicação).

E essa aceleração também pode ser vista no número de doses aplicadas a cada 24 horas: entre junho e julho, a maioria dos dias úteis superou a meta de 1 milhão de imunizantes injetados nos braços dos brasileiros.

Na maioria dos Estados, a campanha agora avança para a faixa etária dos 20 anos. Isso significa que aquela promessa, feita em julho por prefeitos e governadores, de vacinar toda a população adulta até setembro deve mesmo ser cumprida.

A partir daí, será essencial garantir a segunda dose a todo mundo que recebeu a primeira.

Outro desafio que aparece no horizonte é como incluir crianças e adolescentes na campanha e também a necessidade de reforços, especialmente para aqueles que tomaram a vacina no início do ano, como os idosos e os profissionais de saúde.

O copo meio vazio

Embora as notícias tragam esperança, elas vêm acompanhadas de outros fatos que ainda são motivos de grande preocupação.

O primeiro vem do Boletim Infogripe, publicado em 5 de agosto por especialistas da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz): a incidência de casos era considerada "extremamente alta" nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Acre, Goiás, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal.

E mesmo nas regiões com a situação um pouco melhor, a circulação viral continua num nível considerado alto ou epidêmico, o que certamente não representa nenhum alívio.


Isso significa, portanto, que há o risco de casos, internações, intubações e mortes subirem nas próximas semanas e levarem novamente a uma nova situação de descontrole.

Há ainda uma inquietude crescente com os idosos: outro estudo da Fiocruz observou um aumento no número de internações por Síndrome Aguda Respiratória Grave (SRAG) em indivíduos com mais de 80 anos no Estado do Rio de Janeiro. Essa elevação, porém, ainda não se traduziu em mais mortes nessa faixa etária.

Entre as possíveis explicações para o fenômeno, destacam-se o aumento do descuido com as medidas preventivas (como o uso de máscaras e o distanciamento físico) e uma eventual diminuição da eficácia das vacinas com o passar do tempo, embora tudo indica que elas continuam a ter a capacidade de proteger contra os óbitos. Mas todas essas especulações ainda precisam ser confirmadas pela ciência.

O terceiro ponto que chama a atenção é a presença das variantes mais agressivas, especialmente a Delta, detectada originalmente na Índia, que possui uma taxa de transmissibilidade bem superior às demais versões do coronavírus.

Representantes de vários Estados e municípios já admitem que ela circula livremente em seus territórios e parece estar em franco crescimento, deixando outras linhagens, como a Gama (a antiga P.1), para trás.

Se a Delta repetir por aqui o estrago que ela provocou em outros lugares, podemos esperar, infelizmente, um novo aumento no número de casos e mortes caso não sejam colocadas em prática algumas medidas básicas de contenção.

Brasil é o segundo país em número de mortes pela covid, só perdendo para os Estados Unidos


Foi isso que ocorreu em países que já tinham planos bem encaminhados de reabertura, como Reino Unido, Estados Unidos e Israel, e em outros que eram exemplos de sucesso na condução da pandemia até agora e viram a situação piorar nas últimas semanas, caso de Vietnã e Indonésia.

Por fim, não dá pra ignorar o fato de as estatísticas, ainda que estejam em queda, permanecerem muito altas: falamos de médias de mais de 30 mil novos casos diagnosticados e 900 mortes todos os dias.

O que deve ser feito agora?

Diante de um cenário recheado de incertezas sobre o futuro, os especialistas parecem não ter dúvidas sobre quais medidas seriam necessárias neste momento da pandemia no Brasil — algumas delas, inclusive, sequer foram implementadas ao longo dos últimos meses.

O momento pode representar, então, uma oportunidade de reduzir pra valer os números de casos e mortes e ver a situação melhorar de verdade.

Porém, se nada for feito e os indícios das últimas semanas forem interpretados com extremo otimismo, o panorama brasileiro acaba se transformando numa ameaça, em que os poucos avanços serão logo superados por novos recordes e uma terceira onda que se arrastará pelo segundo semestre de 2021.

Para começo de conversa, o país deveria ter um melhor controle de suas fronteiras, com testagem de passageiros e funcionários em aeroportos, portos e rodovias. Isso dificultaria, inclusive, a entrada de novas variantes de preocupação em nosso território.

O segundo passo seria lançar mão de um amplo programa de testagem, rastreamento de contatos e isolamento dos casos positivos. Políticas desse tipo explicam parte do sucesso que é observado em países como Austrália e Nova Zelândia. Afinal, ao detectar precocemente um paciente infectado e colocá-lo em quarentena, é possível quebrar as cadeias de transmissão do coronavírus na comunidade.

Ainda na seara das análises laboratoriais, o país também requer uma vigilância genômica mais ampla, capaz de fazer sequenciamento genético das amostras de pacientes infectados para saber quais são as variantes mais prevalentes em cada local.

Também precisávamos criar campanhas de comunicação para incentivar o uso de máscaras (especialmente modelos mais confiáveis, como a PFF2) e desencorajar as aglomerações.

Por fim, é vital manter, ou eventualmente até acelerar, o ritmo da campanha de imunização. Quanto mais brasileiros estiverem protegidos, melhor para todo mundo: a experiência de outros países aponta que as internações e as mortes por covid-19 caem de forma significativa quando uma porcentagem considerável da população recebeu as duas doses.

Esse conjunto de estratégias aponta para uma saída segura e efetiva da pandemia — e tem o potencial de evitar que os 20 milhões de casos sejam ultrapassados por novas marcas tristes e negativas num futuro próximo.

Pandemia

O primeiro registro do coronavírus no Brasil foi em 26 de fevereiro do ano passado. Um empresário de 61 anos de São Paulo (SP) foi infectado após retornar de uma viagem, entre 9 e 21 de fevereiro, à região italiana da Lombardia.

O novo coronavírus, que teve seus primeiros casos confirmados vindos da China no final de 2019, é tratado como pandemia pela OMS desde 11 de março.

Estudos apontam que a grande maioria dos casos do novo coronavírus apresenta sintomas leves e pode ser tratado nos postos de saúde ou em casa.

No entanto, novas variantes têm se mostrado mais contagiosas e, na percepção de médicos, têm afetado com mais gravidade também a população mais jovem, em vez de apenas idosos e pessoas com comorbidades.

Fonte BBC News Brasil