Em meio a evolução tecnológica e o perigo de golpes cibernéticos, a parcela da população que não é familiarizada no meio digital acaba fican...
Em meio a evolução tecnológica e o perigo de golpes cibernéticos, a parcela da população que não é familiarizada no meio digital acaba ficando mais vulnerável. Pensando nessas pessoas, o Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus), trouxe o projeto Melhor Idade Conectada, no intuito de promover a inclusão digital para a terceira idade com cursos gratuitos de usabilidade da internet.
“O público-alvo são as pessoas a partir de 60 anos, pois os golpes virtuais têm explorado a vulnerabilidade dessa população quanto às atividades fraudulentas e ausência de familiaridade com certas tecnologias. A informação adequada e a denúncia são importantes para o enfrentamento dos crimes virtuais e proteção da população idosa”
Marcela Passamani, secretária de Justiça e Cidadania
Elaborado junto ao Instituto Inside Brasil, a iniciativa conta com um investimento de aproximadamente R$ 500 mil do GDF. Os cursos são itinerantes, com aulas ministradas em pontos de referência da cidade, como os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) ou os Centros de Convivência (CECONs). A ação já passou por Samambaia e atualmente está na Ceilândia.
“O público-alvo são as pessoas a partir de 60 anos, pois os golpes virtuais têm explorado a vulnerabilidade dessa população quanto às atividades fraudulentas e ausência de familiaridade com certas tecnologias. A informação adequada e a denúncia são importantes para o enfrentamento dos crimes virtuais e proteção da população idosa”, declarou a secretária de Justiça e Cidadania do DF, Marcela Passamani.
O curso teve início no dia 12 de março e já atendeu mais de 200 idosos de forma presencial e cerca de 600 por meio do WhatsApp. Entre os materiais disponibilizados estão informações sobre como se prevenir e evitar golpes bancários.
Com os netos facilitando a conexão digital, a aposentada Maria de Fátima Pinto Batista, 70, diz que adora “curiar” na internet. “Sou muito esperta, mas quem não tem medo de cair nesses golpes? Inclusive, passou há pouco um caso de duas senhoras que caíram em um golpe de R$ 7 mil, um desespero. Por isso, o curso vai ajudar, espero que possamos sair daqui habilitados. A esperança é evoluir e passar para o próximo. Eu acho importante, porque a internet é um meio de comunicação mais rápido”, observou.
Inscrições e cronograma
Com duração de três horas por dia, as aulas são adaptadas e buscam uma linguagem de fácil entendimento, em um formato de bate-papo onde os idosos possam compartilhar suas experiências e serem orientados. Os alunos que não puderem comparecer poderão receber as aulas pelo Whatsapp, por meio de vídeos institucionais curtos e dinâmicos. As inscrições de ambas as modalidades estão disponíveis no site do projeto.
“Muitos idosos às vezes são sozinhos, por isso buscam a internet. Então é muito importante, até mesmo a confraternização aqui, porque às vezes eles trazem coisas que eles não perguntariam normalmente para os familiares porque têm vergonha ou até medo da impaciência. Aqui, eles podem desenvolver essa área”, reforçou a coordenadora do projeto, Idamis Alcântara.
O aposentado Salomão Pinheiro dos Santos, 70, foi um dos participantes das aulas ministradas nesta quinta-feira (14), na Ceilândia Norte. Por não ter nenhuma familiaridade com o meio digital, ele diz ter medo de clicar em qualquer coisa. Com o curso, ele espera ficar um pouco mais tranquilo em navegar na internet. “Minha netinha até me ensina, mas aqui é bom para a gente aprender sobre esses novos golpes que estão aparecendo”, declarou.
Segundo o instrutor do curso, Jean Carlos de Souza Guimarães, grande parte dos golpes estão direcionados à população com mais de 60 anos para extrair benefícios do INSS. “Vamos alertar e passar alguns vídeos explicativos de como bloquear alguém nas redes sociais, como navegar com segurança ou até o que fazer se cair num golpe-pix”, detalhou.
O presidente do instituto Inside Brasil, Robielisson Lima de Medeiros, acentua que o retorno tem sido interessante e os idosos têm relatado melhoras no aprendizado em relação a situações que eles não tinham conhecimento. “Veio para agregar e eles estão dispostos a compartilhar com os amigos as informações obtidas aqui no projeto”, afirmou.
Fonte Agência Brasília