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Mais do que uma simples via interditada, o Eixão do Lazer tornou-se uma verdadeira conquista da comunidade, um espaço público democrático que reúne convivência, cultura, memória e expressão coletiva. No feriado da Consciência Negra, celebrado nesta quinta-feira (20), moradores de Brasília aproveitaram o trecho sem carros para realizar atividades como caminhar, pedalar, praticar exercícios ou até mesmo desfrutar de um piquenique em família.
Thyelle Loriato, nutricionista de 41 anos, marcou presença com toda a família, incluindo suas três cachorras. Apaixonada por piqueniques, ela explica que a família decidiu explorar mais os espaços públicos da cidade e elogia a acessibilidade do local. Segundo ela, trazer os pets é uma vantagem significativa, já que muitos lugares permitem apenas um animal. "Aqui podemos vir todos juntos", comenta.
Por ser neurodivergente, Thyelle opta por aproveitar as áreas mais tranquilas e distantes dos aglomerados do Eixão do Lazer. Ela ressalta também a relevância de iniciativas como essa, voltadas à democratização dos espaços públicos. “Acho essencial abrir esses lugares para a população, especialmente em grandes centros urbanos. Quem vive em apartamento muitas vezes nem conhece os próprios vizinhos. Aqui conseguimos interagir de forma mais espontânea e leve. As pessoas conversam, os cachorros brincam. É uma interação sutil e não invasiva”, explica.
O Eixão (DF-002) tem seu funcionamento regulamentado pelo Decreto nº 46.226/2024 e permanece fechado para veículos das 6h às 18h em domingos e feriados. Durante esse período, o local se transforma em uma ampla área para a prática de atividades como caminhadas, corridas, ciclismo, skate e outras opções de lazer.
No feriado, mãe e filha garantiram um momento especial juntas. Bárbara Almeida, de 40 anos, e sua filha Ana Rosa, de 9 anos, moradoras da Asa Norte, aproveitaram o dia ensolarado para pedalar, atendendo à sugestão da pequena. “Hoje o papai ficou em casa, então vim pedalar com a mamãe. A ideia foi minha”, brincou Ana Rosa, bem-humorada.
Quando perguntada sobre o que mais gosta no Eixão do Lazer, Ana Rosa respondeu prontamente: “Adoro os morros para pegar impulso e as barraquinhas de água de coco. Gosto muito de água de coco.” Para ela, o espaço simboliza diversão e liberdade ao ar livre. “É um lugar para se divertir, fazer piqueniques e atividades externas. Teve uma vez que juntamos quase toda a turma da escola para um piquenique, e depois fomos pedalar.”
Bárbara complementa destacando o caráter inclusivo do espaço: “O Eixão é muito democrático e plural. Dá para fazer de tudo: pedalar, caminhar, passear com as crianças ou pets. Vimos hoje alguém levando dois cães em uma carretinha e outra pessoa com o cachorro na mochila. É um lugar onde se vê diversidade”, relatou.
O local também possui barraquinhas com alimentos e bebidas, além de pequenos eventos que frequentemente incluem música ao vivo ou som amplificado entre 10h e 17h. A montagem das estruturas deve ser concluída até as 10h e a desmontagem até as 18h, quando a via é novamente liberada para veículos. Essas diretrizes promovem organização e segurança para todos os visitantes.
Há mais de três décadas, o Eixão do Lazer se consolidou como um ponto de encontro democrático para os moradores de Brasília ao longo dos 14 km que cruzam a cidade de norte a sul. A organização e fiscalização do trânsito são responsabilidade do Departamento de Trânsito (Detran-DF) e do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF). Já a Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal), a Polícia Militar (PMDF) e outros órgãos colaboram na supervisão das atividades realizadas no espaço ao longo desse período sem movimento automotivo.
Da redação do Portal de Notícias Ritmo Cultural
