Integrantes de organizações do movimento negro realizarão evento no dia 08.11, durante a conferência A Coalizão Negra por Direitos, organi...
Integrantes de organizações do movimento negro realizarão evento no dia 08.11, durante a conferência
A Coalizão Negra por Direitos, organização que reúne mais de 250 associações, ONGs, coletivos, grupos e instituições do movimento negro, participará da COP 27 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima), no Egito, a partir do próximo domingo (6). O objetivo é levar ao encontro a agenda de combate ao Racismo Ambiental.
Para a Coalizão Negra por Direitos, o debate racial deve estar no centro da negociação climática e - o que ainda não encontra ampla adesão - ou ainda é negado pelos movimentos ambientalistas.
A ideia é amplificar a urgência dessa pauta, uma vez que as mudanças climáticas afetam diretamente os territórios periféricos. “Nesta edição da Conferência, que tem como foco a implementação de metas ambientais, o movimento negro leva a importância da redução de desigualdades para a justiça ambiental. São duas agendas que não podem andar separadas para o enfrentamento da crise climática. Portanto, os questionamentos que levaremos envolvem a implementação que precisamos”, avalia Diosmar Filho, geógrafo, doutorando em Geografia na Universidade Federal Fluminense. Pesquisador do IYALETA - (Associação de Pesquisa e análises socioespaciais sobre mudanças climáticas).
Evento no dia 08.11
Como parte da programação, integrantes da Coalizão Negra Por Direitos realizarão evento no espaço Brazil Climate Action, no dia 8 de novembro, das 16h às 17h15. Com o tema “O racismo ambiental e a emergência climática: vivências negras e interseccionalidades”, o evento consiste em um debate para aprofundar a denúncia sobre o racismo ambiental no Brasil.
Entre os palestrantes confirmados estão: Douglas Belchior, cofundador da Uneafro Brasil e da Coalizão Negra Por Direitos; Sheila de Carvalho, diretora de Incidência Política do Instituto de Referência Negra Peregum; e os coordenadores nacional e executivo da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (CONAQ), Kátia Penha e Biko Rodrigues, respectivamente.
A intensidade das chuvas e seus impactos em territórios periféricos e quilombolas, o racismo religioso e a resistência de mulheres negras frente à mudança do clima estarão na pauta do evento.
Para Douglas Belchior, o legado de exploração da população negra e dos povos originários brasileiros, gerou uma sociedade totalmente estruturada no racismo, e a crise climática impacta diretamente essas populações. “Negar o racismo ambiental é negar que o Estado brasileiro é racista. É negar a história de urbanização do país e suas profundas desigualdades territoriais”, avalia.
Sheila de Carvalho observa que sendo os territórios em que a maioria da população é negra são alvos da destruição ambiental no Brasil, seja no campo ou na cidade, não existem ainda políticas públicas de mitigação às mudanças climáticas por parte do Estado.
“Infelizmente, essa realidade não é presente apenas no Brasil, mas sim em todo o Sul Global, o qual sente os impactos das desregulações do clima de forma mais intensa. Essas disparidades estruturantes afetam as regiões da América Latina”, complementa.
Fonte Imprensa Approach Comunicação