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Antes vulneráveis, elas hoje são empreendedoras

Em comemoração ao Mês da Mulher, a Galeria dos Estados, no Setor Comercial Sul, virou cenário para a feira Transforme-se, que termina nesta ...

Em comemoração ao Mês da Mulher, a Galeria dos Estados, no Setor Comercial Sul, virou cenário para a feira Transforme-se, que termina nesta quarta-feira (15). “A ideia é abrir espaço para que mulheres mostrem seus trabalhos com um olhar social, gerando renda e dignidade”, afirma o administrador do Plano Piloto, Valdemar Medeiros. 

Elizandra de Carvalho faz parte do time das mulheres que atuam na Transforme-se: “Tive que me reinventar” | Foto: Divulgação/Ascom Plano Piloto

São 11 bancas com produtos diversificados para as cerca de 5 mil pessoas que passam pela galeria diariamente. Artesanato, confeitaria, calçados, roupas e bijuterias – tem de tudo, com todos os preços e para todos os gostos. Já na 15ª edição, a Transforme-se passou a adotar o formato itinerante no ano passado.  

Karoline Reis: “Já trabalhei como vendedora para os outros, mas ver o resultado do meu esforço, da minha luta, é incrível. Posso dizer que é terapêutico”

“As mulheres do projeto não têm renda fixa, então são empreendedoras que estão na rua – acabou sendo o emprego delas”, explica a coordenadora do projeto social que deu origem à feira, Daniella Kanno. A experiência que ela começou a desenvolver quando estava desempregada é fundamento para o trabalho desenvolvido com outras mulheres. Sem renda ou emprego fixo, muitas veem na feira a grande para ter renda. São aposentadas que criam netos, mulheres que sofreram abusos, mães solteiras ou, de alguma forma, vulneráveis. 

Mercado de trabalho

“A gente mata um leão a cada dia”, conta a advogada Elizandra de Carvalho, 49. “Vivo de vendas, e, para muitas de nós, não é fácil se colocar no mercado de trabalho. Tive que me reinventar. Até a cabeleireira fui. Tive clientela fixa e uma renda muito boa, mas, com a pandemia, perdi tudo. Então, resolvi vender lacinhos.”

Quem passa pelo local demonstra simpatia pela ideia. “No meu trajeto diário, encontrei a feira e não me contive: fui às compras, ainda mais sabendo que se trata de um projeto social formado por mulheres”, comenta a técnica de enfermagem Eliane Belchior, 37. “São ações como estas que nos fortalecem”.

vendedora Karoline Reis, 19, trabalha na feira Transforme-se e reforça a avaliação de Eliane: “Já trabalhei como vendedora para os outros, mas ver o resultado do meu esforço, da minha luta, é incrível. A primeira experiência a gente nunca esquece, ainda mais com as outras expositoras, porque a gente conversa, ri, pode contar uma com a outra, receber conselhos e até fofocar. Mas tem conversa séria também, a gente está sempre se ajudando. Posso dizer que é terapêutico”.

Com informações da Administração do Plano Piloto