Holstin/Sonka/Divulgação Jogos indie são conhecidos e aclamados por seguirem caminhos opostos aos de projetos de grande orçamento (os chamad...
Jogos indie são conhecidos e aclamados por seguirem caminhos opostos aos de projetos de grande orçamento (os chamados “triple A”), seja pela criatividade por trás da história, arte ou gameplay — ou os três. Holstin é um desses casos.
Desenvolvido pelo estúdio polonês Sonka, o game independente viralizou recentemente nas redes sociais pela estética e jogabilidade inusitada, o que também chamou a nossa atenção.
Apesar de não ter previsão de lançamento, o jogo tem um playtest fechado no Steam, que oferece uma demo gratuita para quem se inscrever, com a duração de uma hora. Testamos a demonstração disponível e, pode até soar meio clichê, mas ficamos de queixo caído.
A Casa dos Janowski
A história de Holstin é ambientada em uma pequena cidade polonesa, no início da década de 1990, cujos habitantes foram possuídos por algo desconhecido. O protagonista é Tomasz, um homem que está à procura de um amigo desaparecido na região. Então ele precisa explorar a cidade, interrogar os moradores e enfrentar situações sobrenaturais para desvendar o que está acontecendo.
Intitulada “The Janowski House”, a demo mostra Tomasz investigando a casa de uma família chamada Janowski, que supostamente teria pistas do paradeiro de seu amigo. Tudo o que é mostrado no playtest, no entanto, não estará na versão final do game.
Segundo os desenvolvedores, a demonstração serve apenas para apresentar conceitos que ainda estão sendo trabalhados — o que faz com maestria. “The Janowski House” é focado em mostrar a atmosfera e a essência de Holstin, e é impossível não se apaixonar.
Holstin é um survival horror, que mistura toques de terror psicológico e sobrevivência, com um grande foco em exploração e quebra-cabeças de ambiente. Praticamente todos os elementos, desde diálogos até trilha sonora, trabalham em sintonia para oferecer uma experiência atmosférica e extremamente misteriosa.
A casa dos Janowski está em estado deplorável, destruída e com tentáculos (pois é) que bloqueiam a passagem de certos cômodos e corredores. Além de ter outros humanos um tanto… esquisitos por ali. O objetivo é explorar o local em busca de itens para ajudar nos puzzles, que são inteligentes e colocam você para pensar.
A exploração pela casa é auxiliada pelo sistema de movimentação da câmera, que possibilita uma visão de todos os ângulos em cada cômodo. É preciso ser curioso e atento ao fuçar cada canto, uma vez que o jogo dá leves pistas do que fazer, mas progredir depende da sagacidade de quem está com as mãos no controle.
O que certamente mais chama a atenção em Holstin, no entanto, é o visual. Com estética sombria para dar suporte ao tom da premissa, a arte é pixelada e desenhada à mão pelos desenvolvedores, o que resulta em uma direção de arte verdadeiramente única.
Os cenários estão cheios de detalhes, além de objetos que reagem ao jogador. Os porta-retratos das paredes podem ser derrubados, se você andar muito perto deles. Ao pisar em uma poça de sangue, os pés de Tomasz ficam molhados e deixam pegadas por alguns segundos até secarem. Os objetos de vidro nas mesas, se você não passar perto com calma, podem quebrar.
O mesmo cuidado pode ser visto na iluminação, uma vez que feixes de luz são tão bem feitos e realistas, fazendo parte dos quebra-cabeças de ambiente.
Andar pelos corredores da casa dos Janowski dá arrepios por si só, e a sensação é intensificada pelos sons ambientes e trilha sonora.
As músicas são minimalistas, calmas e exploram poucos acordes (algo que curiosamente lembra a trilha do clássico Blade Runner), com o intuito de serem sutis o suficiente para dar um destaque inteligente aos barulhos da casa — sem nunca deixar o silêncio tomar conta. Simplesmente congelei ao entrar na sala de estar e ouvir alguém cantarolando ali perto.
A parte negativa de Holstin, no entanto, é uma personagem chamada Anita, descrita como uma mulher misteriosa que está ajudando Tomasz. Durante a demo, ela telefona para o protagonista, se o jogador demorar para progredir — e não oferece dicas ou algo do tipo, apenas reclama! A pior parte é que não é possível ignorar as ligações. O “trrrim-trrrim” simplesmente não cessa se você não atendê-la, o que quebra a imersão do momento.
Futuro clássico do meio indie?
Ao finalizar a demo, aparece um aviso de que o jogo ainda está em desenvolvimento, mas o estúdio Sonka continua firme no projeto — e aberto a feedback, tanto que há um formulário para o jogador explicar o que mais gostou (ou desgostou) da demonstração, qual preço acharia justo para a versão final e por aí vai.
Toda a minha experiência com o playtest apontou que Holstin tem tudo para se tornar um verdadeiro clássico indie, servindo uma experiência que entrega tudo o que fãs de mistério e suspense pedem.
A versão final do jogo promete 20 horas de conteúdo, e há mais duas demos que serão lançadas ainda em 2023. As demonstrações que estão por vir vão focar em mais elementos do game, como combate e inimigos. Então mal podemos esperar para ver o que mais esse projeto polonês, que nos pegou desprevenidos, nos reserva!
Holstin terá localização em português brasileiro e chegará para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X|S, Nintendo Switch e PC. Mas não tem previsão de lançamento.
Fonte Jovem Nerd
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