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Dados do Hospital de Base indicam que quedas resultam em mais mortes do que ferimentos causados por armas de fogo.

Dados c o le ta d os em 2023 pela equipe do Trauma do Hos pi ta l de Base do Distrito Federal (HBDF) evidenciam que quase metade dos atendi...


Dados coletados em 2023 pela equipe do Trauma do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) evidenciam que quase metade dos atendimentos relacionados a quedas envolveu pessoas com mais de 60 anos. Esse tipo de acidente, apesar de muitas vezes subestimado, é apontado como a principal causa de mortes entre os pacientes de alta gravidade atendidos na emergência.

Quando se pensa em casos graves que resultam em óbito em pronto-socorros do Distrito Federal, a imagem inicial geralmente remete a acidentes de trânsito ou ferimentos por armas de fogo. No entanto, o destaque inesperado na sala vermelha do Centro de Trauma do HBDF, administrado pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IgesDF), tem sido justamente as quedas.

Esses acidentes, que incluem desde escorregões domésticos até tombos aparentemente simples nas ruas, podem ter consequências severas, como lesões graves na cabeça. O impacto é ainda mais relevante entre os idosos, grupo no qual os riscos se acentuam.

Os números revelam que quase metade dos atendimentos por queda envolveu idosos acima de 60 anos, com um terço dessas vítimas sendo mulheres. Um exemplo é Telecilia Leite Borges, de 72 anos, moradora de Redenção do Gurgueia (PI). Ela relata que escorregou ao tentar puxar água com um rodo e perdeu a consciência no momento da queda. Apenas depois de dois dias com dores de caba buscou atendimento médico em uma cidade próxima, onde realizou uma tomografia e foi liberada. Pom, após sofrer nova queda devido à fraqueza na perna esquerda, foi levada pelo filho ao Hospital de Base para tratar uma hemorragia cerebral e ser submetida a cirurgia. Hoje, fica evidente sua recuperação gradual e desejo de retornar ao lar.

O cirurgião-chefe do Centro de Trauma do HBDF, Rodrigo Caselli, destaca que identificar com rapidez um traumatismo craniano é um dos maiores desafios no atendimento às vítimas. Ele sugere atenção especial as qualquer queda com impacto na cabeça, observando sinais como dores intensas, tonturas, desmaios, vômitos ou convulsões. Entre os idosos, o cuidado deve ser redobrado, pois lesões graves podem se manifestar mesmo sem sintomas iniciais claros. Caselli recomenda que toda pessoa idosa que bater a cabeça seja avaliada em um hospital para evitar complicações futuras.

Estatísticas confirmam a gravidade desse problema: as quedas superaram as mortes por ferimentos causados por armas de fogo no Pronto-Socorro do HBDF. Das 166 mortes registradas em casos críticos na Sala Vermelha em 2023, 33 decorreram de quedas, seguidas por colisões ou quedas envolvendo motocicletas (26), atropelamentos (22), quedas de grande altura (17) e ferimentos por arma de fogo (13). Entre os 95 casos de quedas atendidos ao longo do ano, 66 apresentaram traumas cranianos fechados.

Esses dados reforçam o vínculo entre o elevado índice de letalidade das quedas e o impacto na cabeça, o qual frequentemente resulta em lesões sérias. Segundo Caselli, embora a estrutura do hospital permita salvar pacientes com hemorragias rapidamente, os casos envolvendo traumas cranianos representam desafios muito maiores.

Apesar de muitas das quedas ocorrerem dentro de casa e serem diceis de evitar completamente, o cirurgião sugere algumas medidas preventivas. Entre elas es a instalação de barras de apoio em banheiros e áreas consideradas mais vulneráveis, especialmente em residências com idosos. Além disso, para atividades como andar de patins ou skate, o uso de equipamentos de proteção é essencial, que quedas aparentemente inofensivas podem causar impactos graves devido à velocidade e força envolvidas.

Com informações do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (IgesDF)
Da redação do Portal de Notícias Ritmo Cultural